Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Gosto de repetir as coisas que mais gosto e se for preciso de as esgotar, levando-as até ao fim.Vou sempre ao fundo das questões, mesmo que isso implique ir ao fundo. E depois volto, ao mundo e a mim.
O Pedro chama-me um Fénix Natural. Talvez tenha razão. O amor existe sempre, mesmo que seja apenas nas palavras.
Já aqui escrevi que o Pedro Paixão é, na minha opinião, a voz masculina da literatura portuguesa conteporânea que melhor fala de amor. O seu perfil tímido afasta-o das luzes da ribalta, mas é um escritor de culto da minha geração, e é um orgulho desmedido verificar que, quantos mais anos passam, melhor escreve. Ao lermos este livro magnífico, Espécie de Amor, aprendemos muito sobre essa forma sublime do amor que é a amizade, e sobre nós próprios.
Muito diz o Pedro sobre esta amizade, que teve o seu fim, embora, segundo o autor, não pudesse ter tido outro desfecho.
O que é grande é perturbador, viciante e sem saída, como um doce veneno. E acrescenta, as amizades, aliás, só as autênticas amizades não se podem recomeçar. Não se pode voltar a pegar no que já morreu, o amor, senão de um modo primeiro patético e depois desastroso. Como aqueles casais que já se dão muito mal e chegam mesmo a separar-se, e depois voltam a estar juntos e fazem mais um filho, só para poderes, passados meses, divorciar-se finalmente.
Quando a amizade morreu, o sofrimento inerente foi como o de um grande desgosto de amor. O que tínhamos por chão firme abre-se como uma fenda, daí o estardalhaço da queda. Por isso a cama, o escuro, os comprimidos. Da cama não caímos, um raio de luz é um sinal de alegria que não suportamos, os químicos forma os únicos que nunca me traíram, escreve o autor.
Neste tratado sublime sobre amizade e a condição humana, há uma sensação de solidão transversal que é inevitável à condição de escritor: enquanto a vida corre lá fora, nós vivemos fechados em casa a escrever. As pessoas trabalham umas com as outras ou umas para as outras, enquanto nós trabalhamos sozinhos. Por isso as amizades não são tão caras e importantes. Os amigos servem para nos ligar ao mundo. E é bom que não desapareçam, que se lembrem que apesar de vivermos fechados, temos o coração aberto. Mas tal como acontece com um grande desgosto de amor é a vida perder qualquer sentido, sentir a própria vida a escapar-se de nós, como um animal ferido de morte. Será um exagero? Claro que sim, mas o Pedro explica, o amor é um exagero. Se não for um exagero, é outra coisa mais leve, mais fácil de resolver, de relativizar e de esquecer.
Conseguimos manter uma boa amizade com uma aventura fugaz, mas quase nunca com alguém por quem fomos profundamente apaixonados.
Enquanto reflicto sobre os riscos da perda, olho este livro que amo tanto. A capa está gasta, com marcas e dobras. Algumas páginas já denotam o uso, como se tivesse passado por muitas mãos. Será um livro eterno, por me ser tão querido e útil. Com ele aprendi coisas importantes, que só se descobrem com uma grande amizade ou depois de viver um grande amor.
Gosto de repetir as coisas que mais gosto e se for preciso de as esgotar, levando-as até ao fim. Vou sempre ao fundo das questões, mesmo que isso implique ir ao fundo. E depois volto, ao mundo e a mim. O Pedro chama-me um Fénix Natural. Talvez tenha razão. O amor existe sempre, mesmo que seja apenas nas palavras.
For those who wish to know more about my work here's some covers and short synopsis of my editions in Europe and Brazil
Para quem não conhece as capas dos livros que são editados noutros países, deixo-vos com as imagens e uma pequena sinopse em inglês. Espero que gostem. :)
ESPANHA
SPAIN
This is my third novel and one of the most intimate one. It tells the nostalgic and tender story of three young women trying to get by under the tought circumstances of their lives. It's published in Spain, Holland and Brazil.
Gente como nosotros is one of my thoughful novels. It´s about success, loneliness and fear of two very different sisters who can not accept each other diferences. One is a successful actress and the other is a frustrated house keeper. It´s a plot of fear and solitude.
Mi Querida Ines is my only historic novel. It tells the story of a noble and beautiful spanish lady, Inês de Castro who was caught in a political trap by falling in love with the portuguese prince, D. Pedro. The bad infleunce of her brothers among the future king were puting the kingdom in danger, reason why she was sentenced to death. Inês de Castro is the most romantic myth in portuguese history.
This was my second bestseller. Published in the year 2000, it´s an urban romance about life, love and relationships.
BRASIL:
The Day I Forgot You is my most romanctinc and compelling book. A very passionate woman writes a love letter to his love who lives abroad. This book touched my readers through its sincere and nostalgic prose.
Sei Lá, J'en Sai Rien (France) or Chi lo Sa (Italy) was my fourth bestseller and it tells the story of five girlfriends with very different lives, all searching for love and happiness. Funny, witty and unexpected it soon became a huge bestseller. This title was adapted by me to the cinema. The movie opened in April to very a successful box office.
ALEMANHA
GERMANY
HOLANDA
THE NETHERLANDS
ITÁLIA
ITALY
FRANÇA
Les Filles d'Estoril, is a story about three generations of an old portuguese family, and reflects the evolution of this society over the last 60 years. Secrets, plots and feuds show how a family can be the best and the worst thing in the world.
Fiquem com a minha voz a ler passagens de alguns dos meus livros.
Sei lá (trecho 1)
Sei lá (trecho 2)